Iracema

Sei de nada não, nem donde vem, seu dotô

Se tudo que eu queria dela era só amô

Que trocou por um outro quarqué

Levou cum ele, minha vida, minha mulé

Num sei que dor é essa, seu moço

Que me jogou lá no fundim do poço

Tá dolorido bem aqui dentro do coração

Será dotô,  que cura cuma injeção?

É tanta ingratidão, que num vale a pena

Disso eu até sei, sim sinhô

Mas esses causos de amô, é memo um dilema

Será que vorta a Iracema?

Tira essa dor do meu peito, dotô

Meu remédio, é minha morena.

Um amor Pierrot

Quero viver um amor

Que cresça com o tempo

E mesmo com vai-e-vens de dor

Fique sempre os bons momentos.

Quero viver um amor

Que se conceba a esmo

Sincero e puro como uma flor

E assim seja lindo mesmo.

Quero viver um amor

Que espera o dia seguinte

Não se esvai como o vapor

E seja um excelente ouvinte.

Quero viver um amor

Alegre e paciente

Bem desse jeito pierrot

Ingenuo e Inocente.

Passagem

Não tente me prender, eu não nasci para viver em cativeiro. Não tente me prender, pois baby, é nessa hora que você me perde.
Sou viajante da mente e penso na mesma velocidade que amo e amo na mesma velocidade que esqueço. Constantemente me encontro perto daquilo que me amedronta: A proibição.
A proibição de falar, de ir, de vir, de livremente dançar e até mesmo de pensar... A proibição de fazer o que eu quiser e achar que seja certo. Proibição com olhares hipócritas daqueles que morrem de vontade, mas não tem coragem.

Eu sou assim, estou por aí e você nunca saberá onde estou, pois a qualquer momento eu posso estar em seu pensamento ou no seu coração, eu posso estar dentro de você, como posso estar na Japão, posso estar nas lembranças e quando olhar a praça repleta de crianças.

O passado é imaginário dentro de ilusões fervendo sentimentos e se dessa vida sou apenas passageira, que eu fotografe apenas a paisagem mais bela, da poltrona mais confortável do lado da janela.
Não tenho hora, não tenho pressa, não é agora, a vida passa correndo, então deixe que eu ande pela estrada da vida olhando a paisagem que ela quer me mostrar e fotografar a beleza de como é puro e simples viver.

Não chegue em mim com propostas mirabolantes, tentando me distorcer, me fazer acreditar naquilo que não existe... Não me fale sobre verdades inventadas para tentar me convencer, não me comprará pois não estou a venda. Deixar que me prendam? Sou livre, sou poesia que surge pela madrugada, conversa e violão... Eu sou assim, baby, e entenda, sou boemia.

Entre ontem e amanhã

Não me dê uma resposta
que eu já saiba.
Não me faça uma pergunta
que eu já fiz.
Me dê motivos para acreditar
no novo
de novo,
do jeito que eu sempre quis
E que de repente, como ao amanhacer
eu possa ver tudo diferente
me fazendo do outro dia esquecer...
Esquecer o marasmo, a rotina
abrir o casulo e voar
ver tudo o que me fascina
e com a vida dançar
Descobrir todos os dias
infinitas possibilidades de mudanças
Poder ver o mundo
de novo
no novo
como o olhar
de uma criança.

Liberdade condicional

Estudar,
Trabalhar.
Estudar
e não pensar.
Trabalhar
e não ganhar.
Quanto mais se faz, menos se tem
Senhores que escravizam nossas mentes
e tudo o que temos, o retém.
É a escola da vida
que ensina o que de fato se deve saber
É o trabalho do dia-a-dia
que se ganha em apenas no modo do bem viver.
Querem fazer de mim mais um número
programada para não pensar e agir
Não me rendo aos donos do mundo que
manipulam a verdade, para se garantir
Crianças, jovens e adultos, presos por um algoz
Crianças, jovens e adultos, acordemos! Levantemos nossa voz.

Quem eu sou?

Saber quem somos é uma tarefa diária, não nascemos com uma opnião formada sobre nós mesmos, nos descobrimos com o decorrer dos tempos, com o que aprendemos, vemos e vivemos durante a vida. Nós nos suponhamos o que somos, o que nos faz saber e entender que nunca saberemos de fato quem somos. 
Mas uma coisa sempre saberemos sobre nós de acordo com toda essa experiência vivida: nossos valores e nossa essência. Isso não muda, ideologias mudam mas a essência e os valores por toda uma vida serão os mesmos, e é o que nos faz supor sobre nós mesmos e é isso que devemos passar para o próximo.

De acordo com isso as pessoas tomam suas próprias opniões de quem você é, de acordo com aquilo que você passa para elas, aquilo que sua essência e valores se mostram...
X ou Y vão achar coisas diferentes sobre você, de acordo com o que você passou pra elas... Mas e você mesmo? O que pensa de si? Seus valores são os que passou para X ou Y? Ou não é o que passou pra nenhum dos dois?
Quando ocultamos verdades sobre nós, há falhas de personalidade, o que não implica em apenas nos supor, mas sim de não reconhecer os próprios valores e princípios, causando assim, falta de integridade.

Entenda.

Não existe outras formas de amar, se não amar.
Não existe joguinhos de amor para se fazer amar. O outro te ama ou não ama e pronto.
Não tem essa de fazer mal a alguém e justificar que é por ama-la, por querer seu bem... Não é amor o que sente, isso é egoísmo.
Quem ama não trata mal, não ofende, não magoa, não se afasta. Quem ama quer bem e quer bem em qualquer circunstância, longe ou perto... Principalmente por perto.